Arte Floral

Bonsai

          A palavra bonsai significa “árvore em pote ou bandeja” e tem origem nos termos chineses pun-sai ou pent-sai. Essa arte de miniaturizar plantas surgiu na China e deriva de uma outra, o penjing, que criava paisagens em miniatura, com rochas, musgos, árvores, etc. As primeiras referências sobre o penjing datam do século II a.C.
O bonsai foi introduzido no Japão pelos monges budistas e durante centenas de anos manteve-se restrito aos nobres e à alta sociedade.
Essa arte foi apresentada pela primeira vez no Ocidente em 1878, na Feira Mundial, em Paris. Porém, começou a se difundir na Europa e Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial.
Qualquer planta, mesmo frutífera, que tenha um tronco robusto, pode se tornar um bonsai. O mais importante é que sejam mantidas todas as suas características como são encontradas na natureza e consigam expressar, em alguns centímetros, a beleza e o volume de seu porte original, em perfeita harmonia com o recipiente onde está plantado.
O tamanho de um bonsai varia muito – pode medir de 15cm (os minis) a 60cm (os grandes). A forma também é bastante diversificada: tronco grosso e reto, retorcido ou inclinado.

São cinco os estilos da arte:

Bankan: tem galhos tortuosos e fora de proporção, propositadamente
Chokukan: é o mais clássico, com tronco reto de onde partem os galhos
Kengai e Han-kengai: os galhos são moldados para ficar em posição horizontal
Shakan: tem os galhos um pouco inclinados em relação ao tronco
Ikebana: Arte do Arranjo Floral

Ikebana

          O termo ikebana passou a ser usado a partir do século XVII. Na época em que surgiu, esta arte do arranjo floral chamava-se tatehana. Só a partir do século XVI, o ikebana tomou forma definida e passou a se chamar rikka, hoje um dos seus estilos.
Com a difusão do Chadô (Cerimônia do Chá), também no século XVI, foi criado um estilo de arranjo – o hana – próprio para os ambientes em que era realizada a cerimônia.
A partir do século XVIII os estilos ganham nomes específicos: moribana, nageire, shoka, jiyuka (estilo livre), guendai-bana (arranjo moderno) e zen-eibana (arranjo de vanguarda), entre outros. Quanto aos termos para designar arranjo floral, as denominações mais comuns são ikebana, kadô e sôka.
A importância e admiração que o povo japonês dedica à natureza foram um dos fatores para o desenvolvimento do ikebana. Desde a antiguidade, eles acreditavam que para invocar os deuses era necessário ter um local especial para recebê-los, que era indicado por uma flor ou árvore colocada, preferencialmente, de forma perpendicular à sua base. Segundo a crença, os deuses se guiavam por esses símbolos e ali se instalavam.
O ikebana guarda, em sua essência, essa crença. O rikka do período Muromachi (1350-1573) originou-se do costume de colocar as flores perpendicularmente à sua base. Muitos estudiosos acreditam que a própria origem do ikebana está ligada ao kuge, o ato de colocar flores no altar de Buda. No entanto, sabe-se que antes do budismo ser introduzido no Japão já havia o costume de se oferecer flores aos deuses.
Com o tempo, o kuge começou a ser chamado de tatehana, pois o arranjo deixou de ter apenas cunho religioso, ganhou senso estético e passou a ser apreciado pela população em geral. O evento que marcou essa passagem foi a presença de arranjos de ikebana no Festival das Estrelas (Tanabata Matsuri).
O ikebana apresenta o amor pela linha e a apreciação pela forma e pela cor. Em sua tradução mais simples, um arranjo representa o céu, a terra e o homem, e a seguir o tempo e a estação em que se encontra.

Utiliza-se os mais variados materiais oferecidos pela natureza, que possuem a seguinte simbologia:
• passado: flores desabrochadas, vagens ou folhas secas
• presente: folhas perfeitas ou flores semidesabrochadas
• futuro: botões, que sugerem o crescimento futuro

Já as estações são representadas da seguinte maneira:
• primavera: arranjo vital com curvas vigorosas
• verão: arranjo em expansão e completo
• outono: arranjo esparso e delgado
• inverno: arranjo dormente e algo melancólico


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